O Mal Nosso de Cada Dia
"Há ainda outro mal, que eu tenho visto debaixo do sol,
e que é frequente entre os homens." Eclesiastes 6, 1
Somos maus porque pecamos. Herdamos a maldade de nossos primeiros pais. Não temos escapatória em relação a essa herança maldita. Não se trata, apenas, de influência do meio ou questões genéticas, o mal está enraizado em nós mesmo que não consigamos decifrá-lo. E é essa impotência que nos assusta mais: não sabemos - ou não queremos - tomar consciência da maldade que está dentro de nós. O mal que não percebemos é sempre o mais perigoso. Filmes sobre crianças malvadas exemplificam a dificuldade do ser humano em identificar o mal. Por ser o simbolo perfeito da inocência e pureza, é duro conceber a maldade numa criança.
É por isso que filmes como A Tara Maldita, de 1956, são necessários e nos incomodam tanto. Como ver o mal disfarçado numa graciosa menina de cachos dourados? Teríamos de admitir a maldade em nós mesmos algo terrível para a maioria das pessoas. Preferimos a fácil solução do autoengano a ter de reconhecer a semente maldita que germina em todos nós. No final, quando nos defrontamos com a inocente face da maldade numa criança, só nos resta apelar ao auxílio divino que pode vir como um raio (quem assistir ao filme entenderá).
OBS: Não veja a refilmagem homônima feita em 2018, mas o longa original de 1956.
Nenhum comentário:
Postar um comentário