Caçadores de emoção ou conversa fiada?
Dizer que o filme protagonizado por Patrick Swayze e Keanu Reeves é um clássico, que formou o imaginário dos expectadores da Sessão da Tarde, é chover no molhado. Mas por que o filme marcou tanto?
Podemos enumerar alguns itens como resposta: 1. Bom elenco sustentado pela interação dos protagonistas; 2. Direção segura de Kathryn Bigelow; 3. Montagem dinâmica que não deixa a peteca cair; 4. Alívio cômico na medida certa sem ser idiota; 4. Sequências memoráveis que empolgam até defunto...
Mas, apesar de todos esses trunfos, tem um detalhe que sempre me incomodou no filme: o final, quando Johnny Utah joga o distintivo no mar após o seu duelo derradeiro com Bodhi. Não faz sentido algum essa atitude do mocinho depois de toda a jornada feita por ele ao longo da história.
De um defensor irreprochável da justiça, Utah passa para o lado "brochável" da indiferença. O que terá acontecido em sua consciência para que mudasse tão rápido? A única explicação é a influência, não do surf, mas da pseudomística do "guru" Bodhi.
O final do filme ilustra como o Ocidente foi corrompido por essa conversa fiada pseudoespiritual da Nova Era, principalmente a partir dos anos 70. Do mesmo modo que Utah joga fora a virtude da justiça - simbolizada por seu distintivo - influenciado por um criminoso-guru (ou guru-criminoso), o Ocidente também deixou de lado as virtudes em prol dos vícios.
OBS: O filme está completo no YouTube pelo link https://www.youtube.com/watch?v=RfL2OW8ez6c
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