Dou aulas na rede pública desde 2010. Na verdade, eu comecei em sala de aula ainda quando era estudante do ensino médio (na época, segundo grau) no ano de 2004. Fui monitor no programa Sucesso Escolar, do governo do estado do RJ, onde dava aulas de reforço, sob supervisão de professores, a alunos com dificuldades. Há mais de 15 anos, trabalho com educação de jovens e adultos - o meu querido noturno - onde vivenciei diversas experiências com os senhorzinhos e senhorinhas que sempre me trataram com muito carinho e respeito, o que não posso dizer dos mais jovens.
Costumava passar uma atividade, durante as aulas de Filosofia, onde os alunos escreviam os temas que eram vitais para eles, assuntos que realmente lhes interessavam em suas vidas concretas, fora da escola, ou seja, fora de um ambiente em que não fosse preciso fingir interesse apenas para conseguir nota. O que mais chamou minha atenção foi a diversidade de temas pertinentes à realidade da vida como ela é e como a escola está há milhas de distância do que realmente importa para o seu público, afinal a maioria dos alunos estão na escola obrigados devido a uma série de exigências sociais e profissionais - além do assistencialismo barato promovido pelo governo. Compartilho a relação de assuntos propostos pelos alunos:
- Deus: a ação divina no mundo;
- Respeito: 'o povo pobre sofre muito desrespeito';
- Família e vida;
- Vida e a morte: 'como deve ser o processo de uma pessoa que vem a falecer?'
- Família: dificuldades no relacionamento familiar;
- Solidão na viuvez;
- Frustrações: como lidar.
- Maternidade: 'Como saber se sou perfeita como mãe?'
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