domingo, 30 de março de 2025
Anedotas do Xadrez
quarta-feira, 26 de março de 2025
Tolstói Ouviria The Smiths
Considerada por muitos a mais perfeita novela já escrita, A Morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói, trata da experiência humana por excelência. Mais cedo ou mais tarde, caro leitor, nos encontraremos com a derradeira pulsação da vida, o inevitável momento supremo da existência humana que muitos temem: a morte.
Ela nos causa terror não tanto por decretar o fim da vida material, mas por nos confrontar com o mistério do que vem depois. Muitos temem as trevas, mas e se, após a morte, vier a luz? Foi isso o que aconteceu com Ivan Ilitch que, apesar de ter vivido preso nas artificialidades da burocracia burguesa, conseguiu sua redenção ao contemplar a luz.
Mas que tipo de luz é essa? A resposta está numa das mais belas canções dos anos 80 - There Is a Light That Never Goes Out - da banda inglesa The Smiths. Diferente da personagem escrita por Tolstói, não precisamos estar à beira da morte para descobrirmos uma das verdades fundamentais da existência humana: há uma Luz que nunca se apaga! Pois morrer é o progredir do Ser...
sexta-feira, 21 de março de 2025
A Semente Maldita (The Bad Seed, 1956)
O Mal Nosso de Cada Dia
"Há ainda outro mal, que eu tenho visto debaixo do sol,
e que é frequente entre os homens." Eclesiastes 6, 1
Somos maus porque pecamos. Herdamos a maldade de nossos primeiros pais. Não temos escapatória em relação a essa herança maldita. Não se trata, apenas, de influência do meio ou questões genéticas, o mal está enraizado em nós mesmo que não consigamos decifrá-lo. E é essa impotência que nos assusta mais: não sabemos - ou não queremos - tomar consciência da maldade que está dentro de nós. O mal que não percebemos é sempre o mais perigoso. Filmes sobre crianças malvadas exemplificam a dificuldade do ser humano em identificar o mal. Por ser o simbolo perfeito da inocência e pureza, é duro conceber a maldade numa criança.
É por isso que filmes como A Tara Maldita, de 1956, são necessários e nos incomodam tanto. Como ver o mal disfarçado numa graciosa menina de cachos dourados? Teríamos de admitir a maldade em nós mesmos algo terrível para a maioria das pessoas. Preferimos a fácil solução do autoengano a ter de reconhecer a semente maldita que germina em todos nós. No final, quando nos defrontamos com a inocente face da maldade numa criança, só nos resta apelar ao auxílio divino que pode vir como um raio (quem assistir ao filme entenderá).
OBS: Não veja a refilmagem homônima feita em 2018, mas o longa original de 1956.
quinta-feira, 20 de março de 2025
De Exterminador do Futuro para Exterminador Sem Futuro
James Cameron e Arnold Schwarzenegger foram responsáveis pelo sucesso de um dos maiores filmes de ficção científica produzidos por Hollywood. O Exterminador do Futuro, de 1984, marcou a consolidação de ambos na indústria cinematográfica. A parte dois, lançada em 1991, teria encerrado a saga de Sarah e John Connor em grande estilo. Teria...
Foi com grande pesar que assisti ao extermínio da franquia ao longo das últimas décadas. A partir do terceiro filme, foi só ladeira abaixo, principalmente com as duas últimas bombas: Exterminador: Gênesis (2015) e o abominável Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (2019). O fracasso das sequências foi, em boa parte, devido a dois fatores: roteiros cada vez mais "lacradores" e o excesso de CGI nas cenas de ação.
Com o aumento de espaço das pautas Woke em Hollywood, várias franquias sofreram transformações absurdas em seus personagens. Não foi diferente com a saga Terminator. A forçada de barra foi tanta que, não satisfeito em dar o protagonismo a uma mulher imigrante, os roteiristas "assassinaram" a razão de ser da história: John Connor. Um show de falência criativa.
O outro fator que explica a derrocada da franquia são as excessivas cenas genéricas de ação. Um dos elementos que mais impressionam nos dois primeiros filmes da série, é a capacidade do diretor James Cameron em criar sequências de ação memoráveis. Quem consegue esquecer do primeiro embate entre T-800 e Kylle Reese na danceteria? Ou da fuga de Sarah Connor do manicômio? Da longa sequência da invasão da Cyberdyne com explosões reais? Além, é claro, dos magníficos efeitos práticos envolvendo várias cenas dos exterminadores. Tudo isso não se repete nas sequências - apesar de Exterminador do Futuro: A Salvação (2009) ter bons momentos. O excesso de efeitos especiais deixa as cenas de ação muito artificiais.
No fim das contas, sobra só o sorriso amarelo e constrangedor do velho Schwarza tentando se desculpar por todas as atrocidades feitas pelos incompetentes roteiristas e diretores, inclusive James Cameron que permitiu isso acontecer.
segunda-feira, 17 de março de 2025
A Mensagem do Sentido
quinta-feira, 13 de março de 2025
Caçadores de Emoção (Point Break, 1991)
Caçadores de emoção ou conversa fiada?
Dizer que o filme protagonizado por Patrick Swayze e Keanu Reeves é um clássico, que formou o imaginário dos expectadores da Sessão da Tarde, é chover no molhado. Mas por que o filme marcou tanto?
Podemos enumerar alguns itens como resposta: 1. Bom elenco sustentado pela interação dos protagonistas; 2. Direção segura de Kathryn Bigelow; 3. Montagem dinâmica que não deixa a peteca cair; 4. Alívio cômico na medida certa sem ser idiota; 4. Sequências memoráveis que empolgam até defunto...
Mas, apesar de todos esses trunfos, tem um detalhe que sempre me incomodou no filme: o final, quando Johnny Utah joga o distintivo no mar após o seu duelo derradeiro com Bodhi. Não faz sentido algum essa atitude do mocinho depois de toda a jornada feita por ele ao longo da história.
De um defensor irreprochável da justiça, Utah passa para o lado "brochável" da indiferença. O que terá acontecido em sua consciência para que mudasse tão rápido? A única explicação é a influência, não do surf, mas da pseudomística do "guru" Bodhi.
O final do filme ilustra como o Ocidente foi corrompido por essa conversa fiada pseudoespiritual da Nova Era, principalmente a partir dos anos 70. Do mesmo modo que Utah joga fora a virtude da justiça - simbolizada por seu distintivo - influenciado por um criminoso-guru (ou guru-criminoso), o Ocidente também deixou de lado as virtudes em prol dos vícios.
OBS: O filme está completo no YouTube pelo link https://www.youtube.com/watch?v=RfL2OW8ez6c
segunda-feira, 10 de março de 2025
As Máximas do Barão que não Era Barão
domingo, 9 de março de 2025
Reflexões Pessoais
01. São João Batista personificou em sua missão a plenitude da liberdade humana. Ele não temeu perseguições, infâmias e a própria morte. Denunciou os pecados do rei Herodes para que este se arrependesse. A Verdade é o que garante a plena liberdade do indivíduo. E São João Batista estava nela.
02. A anamnese da minha experiência de retorno à fé catolica: aulas dos professores Olavo de Carvalho e José Monir Nasser; importância da oração; leitura das meditações de Santo Afonso; o livro Luz nas Trevas, do padre Júlio Maria de Lombaerde.
03. O Cristianismo é a [única] religião do milagre. Não perder de vista a materialidade da fé católica: SACRAMENTOS - MILAGRES - VIDA DOS SANTOS.
04. O melhor remédio para a ansiedade é esquecer-se de si mesmo através de atos de caridade, ou seja: parar de se preocupar com o próprio umbigo e ajudar o próximo.
05. Nunca entrar numa discussão quando o motivo for emocional.
sábado, 8 de março de 2025
Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly, 1966)
Apontamentos Iniciais
sexta-feira, 7 de março de 2025
Justificativas...
Assim como Dante "a meio do caminho desta vida achei-me a errar por uma selva escura". Hoje, completo a metade de minha jornada neste mundo (contando com a graça divina e, também, com a expectativa de vida no Brasil). Quando se chega ao meio do caminho, a vida já adquiriu certa maturidade: é o peso de muitos janeiros (no meu caso, marços) acumulados na carcaça.
Por isso, resolvi criar um blog tendo como modelo um dos mais importantes "blogueiros" de nossa história: Herberto Sales. O nome subsidiário peguei emprestado de sua obra homônima. Vejamos o que ele nos diz e que norteará meus escritos:
"No meu diário - ou neste meu subsidiário - nada se fará sem a dimensão de absoluta autenticidade. Autenticidade? Que significará essa tão gasta palavra? A autenticidade de mim.
Pois o meu subsidiário não será mesmo outra coisa senão uma longa e longa carta que vou escrevendo a mim mesmo. De coração aberto. Na intimidade dos meus sentimentos. Com a palavra que me ocorra na boca, colhida no coração ou nele deixada cair por Deus, como sinal da Sua misericórdia e do Seu perdão.
Estas notas não têm nenhum compromisso com datas (...) nem com o tempo. Estas notas serão escritas sempre em função da lembrança, quando a lembrança pousar como uma borboleta na minha mão."
Assim, meus caros, este blog será um misto de memórias com diário íntimo sobre diversos temas que me são vitais: História, Teologia, Filosofia, Cinema, Literatura, Música, Xadrez, e tantos outros... Conto com sua paciência para me aturar!
Como teus filhos se lembrarão de ti?
Ao ler a biografia de Santa Teresinha do Menino Jesus - A História de uma Alma -, uma passagem deixou profunda marca em mim: "Encontr...
-
Foi com grande alegria que li o livro O Valor das Dificuldades. Escrita pelo pe. Francisco Faus, este livreto deveria ser leitura obrigató...
-
O xadrez possibilita ao indivíduo um constante diálogo consigo mesmo. Cada posição é um problema que cobra solução. Em nosso dia-a-dia acont...
-
François André Philidor reinou, absoluto, como melhor jogador de xadrez do seculo XVIII. Ele venceu todos os grandes jogadores da época, a...